quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O peso da água





24-10-2008
Tem dias em que as coisas pesam mais.
Tem dias em que as coisas deixam de estar na água
porque saímos do útero do inconsciente
E nascemos mais uma vez para o mundo.
Aniversários são sempre estranhos,
os meus,
não há festa,
nem sempre há surpresa.
Mas á sempre uma dor,
um parto,
um partir,
um repartir
de mim.
E o choro me lava,
me limpa,
me revela tudo aquilo que já sei.
E chove mais uma vez,
a primeira vez que noto
chover no dia da fênix que há em mim.
Será que as cinzas
irão dar vida a uma nova de mim
antes que o peso da água
queira me banhar mais uma vez?







Mário Quintana dizia:


Data e Dedicatória 

Teus poemas, não os dates nunca... Um poema
Não pertence ao Tempo... Em seu país estranho,
Se existe hora, é sempre a hora estrema
Quando o anjo Azrael nos estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema
Que fizeste em menino,
É o mesmo que,
Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente,
A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez ainda nem tenha nascido,
Dedica, pois, os teus poemas.
Não os dates, porém:
As almas não entendem disso...



Me desculpe, Passarinho, mas eu preciso de datas... números são cabalísticos.


Não, não é meu aniversário hoje. É na data da foto.

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