terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um pote para a liberdade

De repente aquela imagem da Dira Paes falando com uma desconhecida no caixa do mercado me salta à mente e penso em quão grandioso é o engodo do Activia e de todas as linhas de laxantes existentes no mundo. É enganar a mulher, mais uma vez, de que ela não pode agir dessa forma.  Há realmente coisas que os homens fazem, mas mulheres não podem fazer. Não é falta de capacidade, é falta de permissão.

Durante toda a existência da humanidade a mulher sofreu. A progenitora, a que carrega vida, a que FAZ vida.... Isso não é um pouco ameaçador? Talvez seja ainda mais se pensarmos no fato de ela ser menor, mais frágil, mais delicada, com um design físico mais curvilíneo, seios, pele macia e fina.... que dualidade! Imagino os homens, nas diferentes décadas e séculos, criando hipóteses sobre toda essa confusão que as mulheres provocam. O humor mutante, a beleza, a sedução, a ira, a prolixidade, a fluidez, as palavras cheias de sentidos amplos....

Quando a gente não sabe como lidar é melhor prender, sujeitar. Não é? Não é assim que teu instinto primitivista te faz agir? O medo, a culpa, o não saber o que vem depois...não te faz agir assim?




Eu entendo tudo isso. Entendo a falta de ação. Entendo os concursos de beleza e a vontade de ser valorizada. Eu entendo ser subjugada por fazer descobertas, se sobressair e não poder ser vista para não afrontar o cérebro maior daqueles que um dia -por pura ignorância- traumatizaram, eternamente, o direito de igualdade. Por que nada vem sem passado, nada vem desacompanhado de sentido.... e as mulheres serão, até o fim, aqueles seres mutilados para não atingirem sua plenitude.

Não dá pra fazer cocô fora de casa. Peidar é feio. Ninguém mais peida, só você, peidorreira! Feia, fedida, suja, nojenta. Onde se viu uma menina, linda assim, pedir para cagar na casa dos outros!?! É pior que falar de sexo.. mas nunca será pior que gostar de sexo.. ou melhor, nunca será pior que dizer que gosta de sexo. Isso é coisa de mulheres da vida. (Que, se pá, até cagam na rua.)



Mas não temam, ladies, há um produto revolucionário, com o qual a sociedade toda se redime por ter te incapacitado de defecar. É só comer um potinho cheio de sabor e ser livre, livre do inchaço, livre dos gases, livre da opressão, livre pra poder relaxar a musculatura pélvica e ser igual a todo mundo, ser normal. Tão normal que dá pra falar sobre esse assunto com uma desconhecida na fila do caixa.






terça-feira, 13 de agosto de 2013

African American culture readings



Das minhas idas ao Sebo Akadêmico, sempre procuro coisas em inglês. Da última vez encontrei dois tesouros sobre o processo de incorporação/modificação/aceitação/reconhecimento do Afro-Americano nos EUA. O primeiro é uma obra prima, base de muitos outos escritos e "must-read" da cultura : 

The Souls of Black Folk, de W.E.B Du Bois, escrito na Georgia em 1903.Estou lendo e amando esse relato pessoal e antropológico.. confesso que linguagem está um tanto difícil, mas faz parte do desafio.


O segundo é de Booker T. Washington: Up from Slavery...




 Ainda não li nada. Para ler ainda mais sobre essa cultura e o processo de pré-conceituação visto a partir dos olhos do negro tenho Autobiography of a Slave, Beloved e The Secret life of bees que Ricardo Buchweitz gentilmente me emprestou há séculos... lerei todos, Rick!