segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Depois de quase 5 meses sem postar

Hoje fui ao Sebo Akadêmico que abriu aqui em PF. Muito bom. Pena não ter tido mais tempo de vasculhar as vastas estantes forradas de cultura e entretenimento.
Comprei: 



Esse último estava no balcão, ainda não catalogado. Tenho o Manual do Escoteiro Mirim - em algum lugar não-sei-onde, que foi do meu pai quando ele era criança. E me chamou atenção este, que um dia vai ser de meus filhos.

Só pra constar estou lendo
 E é muito bom!!!

Gosto de me dar livros. A busca incessante por meus Stephen Kings em inglês publicados pela Signet é ainda   meu maior problema. Me resta a Internet para encontrar. E acabei de encontrar pela Estante Virtual !!!! 

Enfim, não era sobre isso que eu queria escrever. Aliás, nunca é sobre isso que eu quero escrever. Pois aqui nesta janelinha do blogger é meio impossível fazer a inspiração tomar conta de mim. Embora eu tenha que lavar a louça, guardar as roupas já recolhidas e devidamente dobradas, resolvi que preciso retomar meus escritos. 

Vamos, finalmente e então, ao primeiro "textículo antissocial" do ano de 2011?


Pais

        Me intriga como alguns pai resolvem criar seus filhos. Não sei se por preguiça, negligência ou simples falta de sabedoria em relação ao assunto, alguns pais (leia-se pais e mães) não criam seus filhos.

      Ao longo desses 6 anos como professora, é inevitável não observar a maneira como os alunos respondem a todos os estímulosw a que são submetidos em classe e dentre os colegas. E é nessa convivência que vemos como eles são naturalmente. Criança não mente, não esconde pois tem a beleza da ingenuidade, algo que aprecio muito pois pe3rdemos conforme crescemos.

          Ser professora também engloba uma maternidade de certa forma platônica: cuidamos e educamos os pequenos e os não tão pequenos. Somos modelos a serem copiados, querendo ou não. Somos aqueles que seguram a mão ao fazer algo supostamente perigoso, somos aqueles a encorajar diante de desafios, a reparar erros e a elogiar acertos, aqueles que ouvem as histórias vividas, os medos quando eles crescem e se apaixonam pela primeira vez, aconselhamos quando brigam em casa ou com os amigos. Ser professor é uma responsabilidade muito grande. É maior ainda pois, muitas vezes, somos vistos pelos pais como uma adjacência deles próprios: quem tem que educar é a escola e é nessa afirmação que reside o maior do enganos da humanidade.

            Se a educação é função da escola, ser pai, hoje, é fecundar um óvulo, ser mãe é parir. A tarefa de alimentar, trocar fraldas, escovar os dentes, levar na escola, buscar na escola, levar na casa do amiguinho, preparar para a festa de aniversário é função da famosa Tata. E as tatas não têm aquela paciência. Mas ainda assim têm mais paciência que os pais.

          As crianças chegam à escola com medos infundáveis. A grande maioria inventados pelos progenitores. Acham que qualquer chuva vai derrubar casas, fazer acabar a eletricidade, pois isso acontece quando chove sobre a casa de uma criança bagunceira. O velho do saco, que sumiu por anos, voltou a aterrorizar os pequenos mal criados, levando-os pra um lugar escuro e tenebroso dentro de seu saco horripilante. Não entrem no mar, pois qualqer criatura marítima vai te dar um choque, te comer pela cabeça ou te arrancar uma perna, mas isso só se você desobedecer, ou se não ficar quieto, ou se fizer perguntas, ou se falar, ou se pedir um colo, ou se for uma criança em fase esponja.

           Aliás, uma criança em fase esponja é o pior dos seres que já habitaram o planeta. Quem que uma criaturinha tão pequena que ainda precisa de tantos cuidados, nos bombardeando com perguntas de todos os tipos e tamanhos e complexidades? Como responder? Será que vou deixar algum trauma? Será que vou saber dizer sem que atropele uma fase da vida desse serzinho? Ser´qa que eu me importo com isso tudo? Melhor é deixar pras tatas e pras professoras. Elas fizeram curso pra isso, eu preciso trabalhar pra comprar o maior número de futilidades a fim de preencher o vazio da minha ausência. Aos 10 anos, meu filho vai pra Disney com um grupo de crinas e pessoas que ele nunca viu na vida, vai ser um luxo, imagina ele no exterior sem a mínima base familiar.

           Tá bom, parei!!! Não se assuste, caro leitor, é que essas coisas me deixam muito infeliz, me deixam terrivelmente cáustica. Mas não acredito que todos os pais sejam assim. Tenho muitos alunos que vêm de lares estáveis, com pais super carinhosos, presentes, educadores, engajados, preocupados, que dão conhecimento e vivência aos filhos antes de pensar em futilidades. Parabéns a esses ais, pois esses sim são pais de verdade.