segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Humanos

Não sou vegetariana porque acredito que só chegamos onde chegamos por ingerirmos proteínas e gorduras animais. O cérebro humano só se desenvolveu a esse ponto por causa não só da dieta, mas também de  tentar buscar maneiras menos primitivas de capturar diferentes tipos de animais para consumo. A caça determinou vários processos mentais do ser humano, pois o obrigou a elaborar estratégias complexas de emboscada, perseguição, domesticação, criação... Se comêssemos somente vegetais, jamis teríamos desenvolvido nossa mente para esses processos e os que derivam deles - leia-se aqui qualquer tipo de pensamento humano que envolva praticidade, agressividade, resposta rápida, higienização alimentar.. entre tantas outras coisas.
Não podemos nos comparar com carnívoros como os leões, que caçam uma pequena gama de animais e geralmente utilizam somente um tipo de emboscada, nem com crocodilos, que usam uma única técnica unida à velocidade e força. Somos um tipo mais refinado pois não dispomos de atributos naturais, exceto polegares opositores e mesencéfalo. E chegamos a um ponto em que podemos nos alimentar somente de vegetais, pois já chegamos a um desenvolvimento evolucional que nos permite escolher, preservar o meio ambiente e transformar o mundo num lugar mais pacífico.
Eu também não sei o que seria do mundo se nunca tivéssemos nos alimentado de carne. Talvez não tivéssemos vingado- pois animais maiores teriam nos devorado, talvez fôssemos muito mais evoluídos - baseados na paz, porque ser vegetariano é carregar paz dentro de si, é exterminar os instintos agressivos que são exigidos em um caçador. Também imagino o que seria da culinária... ou se teríamos desenvolvido outros vegetais em laboratório, porque o ser humano é um ser de variedades. Somos os únicos animais que comem diversos tipos de carne, vegetais, frutas, derivados, temperos, podemos trocar de pele com nossas roupas, podemos mudar a marca de nossa pegada, podemos nos transportar em diferentes meios. Podemos tudo pois gostamos de variedade, de cores, de cheiros e sabores, de sons, de pluralidade, gostamos de ser únicos pertencendo a uma comunidade.
Talvez o segredo tenha sido isso. Chegamos onde chegamos por gostarmos de variedade. E nossas desgraças também se devem a isso. Una a variedade ao consumismo, passe uma camada de desejo de poder, acrescente uma generosa colherada de desejos de prazer, uma pitada de violência, uma dose de desejos de soberania, algumas pitadas de habilidade de manipulação e outras de lábia, podem ser acrescentados outros ingredientes, alguns nobres, mas que ficam mascarados por essa receita, a receita de ódio, da qual Greg e os meninos da Bad Religion falam em Recipe for Hate. Mas é difícil evoluir de maneira altruísta. É difícil. Sempre há alguém que vai tentar obter vantagem. Sempre há quem vai te culpar, quem vai querer brigar, quem vai julgar, quem vai ficar inerte quando precisa agir. Somos variados, somos plurais, somos bons e maus, somos idiotas e brilhantes, somos coloridos, somos defensores e condenadores, somos vítimas e agressores,  somos alma e somos carbono, somos tudo e somos nada.
Criamos crenças e livros e filmes e novelas e todo tipo de história que não a nossa própria pois precisamos de insumo, precisamos de exemplos, de base e de entretenimento, precisamos matar tempo, precisamos fazer tempo e nos instruir, precisamos construir e destruir valores. Não somos complexos, somos aleatórios, dúbios, prepotentes, interessantes, burros, emocionais, sanguíneos e viscerais.
Nascemos para morrer. Todos nós. Ninguém veio com um gene de imortalidade. Nem os animais. (Quem sabe alguns seres unicelulares. - e isso me faz crer que deus seja a natureza, imortal, bela, provedora, transformadora e transformista, sem gênero).

Mas o que seria de nós hoje caso as coisas fossem diferentes?
A vida só tem tudo que tem porque seguimos esse caminho e outro caminho nunca será possível, felizmente. Essa coisa da vida não permitir ensaios - aquele monte de coisinhas que escrevem nas redes sociais, que antes eram escritos m muros e agendas de colegas - sempre me deixou bem. Não quero ter que ficar imaginando viver de uma forma,sabendo que quando for viver de verdade as coisas vão ser realmente reais. Sou sanguínea, visceral. O mundo precisa de desgraça, de guerra, de morte, de dualidade, de discussão, de bo ndadde, de benevolência, de paz, de retiros, de encontros com a natureza, de aceitação, de dor, de carinho, de prazer, de segurança, de músicas de elevador, de músicas de bater cabeça no meio da multidão. O mundo precisa de tudo. Pois nós criamos tudo isso que há. A dúvida sobre nossa existência fez isso, originou n ossas crenças e nosso prato de comida. Somos o que somos pois somos detentores de polegares opositores e mesencéfalo. E vamos todos morrer e outros vão tomar nosso lugar e vão morrer, e assim eternamente até que o planeta exploda ou seque ou queime ou vire uma gigantesca esfera de gelo no copo da Via Láctea... E o fim nem sempre é eterno, mas não vou estar aqui pra ver.
Enquanto estou, então, quero aproveitar a vida sem interferir negativamente na vida de ninguém... Tudo nasce e morre e se tranforma. O degelo das calotas é culpa nossa também, mas o planeta tem sua parcela, pois morre a cada dia, como todos nós. Porque somos todos feitos da mesma coisa. Somos o próprio universo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Bê óh

Venho por meio deste reclamar da minha vizinha de cima.
Ela tem tido um comportamento muito irritante desde que veio morar no prédio.
No início, como eu imagino, ela era casada com um homem com quem não fazia nada... às vezes penso que era marido, às vezes penso que era irmão. Não sei o que era dela.
Sei que nos dias em que ele ia trabalhar, às 23h em ponto, o interfone tocava. Chamava 2x e ela ia correndo atender. Corria para a porta de entrada do aprtamento e esperava por ele. Isso era geralmente depois de o menino - filho dela? filho de alguém mas ela que cuida?-  parava de andar de motoca pela sala. Ela corria. Ele entrava e logo depois a cama de metal batia no chão por consideráveis 10 minutos e parava.. E eu dormia.
Mas como eu sei disso? Porque eu tenho ouvidos razoáveis... Não são bons, não. São muitos anos de fones no volume máximo. A delícia de som que a Samsung insiste em me dizer ser ruim para mim, mas eu desobedeço... Tenho ouvidos razoáveis porque o volume importa, que me desculpem, mas importa. Enfim, a moça aqui de cima tem cascos, pois pisa sempre de forma muito audível.

E o cara que morava com ela? Eu acho que eles nem conversavam, na boa, Acho que mal se viam. Era um silêncio. A não ser quando ela recebia o motoqueiro. Isso eu descobri num dia em que fui levar para o emu pai um vidro de ovinhos de codorna que o Vini tinha feito. O motoqueiro estava lá ligando, exigindo que ela atendesse o interfone e abrisse a porta para ele subir. Assim ela fez.

O outro cara se mudou logo. Sumiu o carro. Veo a moto. Veio o sexo sobre a minha cabeça antes de dormir. Nada que me tirasse o sono. Ficava feliz por eles. Se curtiam. Eu achava bom. Sempre acho bom que as pessoas se curtam.. e se entendam e façam suas vidas felizes e leves e signifcativas...

Eles brigam agora. Brigam tanto que uma grande amiga estava aqui um dia e tivemos que parara de conversar pois os gritos deles ecoavam nas paredes do prédio da frente e podíamos ouvir boa parte das reclamações.

Todas as noites ouço xingamentos, portas batendo, gritos, gente correndo, coisas caindo (?)

Ainda existe sexo. Geralmente lá pelas 3 da manhã. Tenho dormido tarde, eu sei. às vezes as brigas deles me mantém acordada, às vezes é a falta de sono.

Entrei no elevador come ele ontem. Achei melhor não falar nada. Ele fala "oiei lá fora e vi que vinha tromenta, mas saí de moto e mi moiei tudu". E eu penso que não sei o que que rola no apê em cima do meu.

Vou escrever ao síndico. Mas algo me diz que vou continuar ouvindo ela caminhar pela casa, pois bate os calcanhares no chão sempre que caminha. Seiq eu eles vão brigar. Sei la´o que aconteceu com as crianças..esqueci de falar mas antes eram duas e agora nem sei se o menino está motrando aqui também.

Às vezes acho que eles são uma alucinação. Não entendo mandar umcara embora pra ficar com um com quem se briga o tempo todo.. Nem entendo o cara ir embora porque você não gosta dele e se sentir culpada e se martirizar com um novo. Não entendo uniões por conveniência, nem por dote, nem por promessa. Não entendo agressão física por falta de diálogo, não entendo dormir junto sem amar, nem transar por meses sem amar.

Não sei a quem devo escrever. Talvez eu escreva pra ela. Talvez ela rasgue e faça mais barulho. Talvez ela me (se) entenda..O.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Marriage.

O que é uma mulher casada?
Como ela se comporta?
O que ela faz quando sai sozinha?



Uma mulher solteira, bem como um homem solteiro, em geral, usa a saída como motivo para encontrar um parceiro que possa ou trazer um relacionamento de com fiança, geralmente com bom sexo, certa cumplicidade e companheirismo para atividades rotineiras, tais como sair para uma refeição ou algum entretenimento, ou para ter boas conversas acerca de interesses em comum; o outro motivo pelo qual solteiros saem é para encontrar alguém com quem possam ter prazerosos encontros sexuais, no strings attached.

Casem. Casem com quem seus pais julgam que devem casar. É como ver um filme: você sabe o que acontece, mas você, na real realidade, não sente nada enquanto acontece.

Casem. Casem com  quem quiserem, pelo motivo que quiserem and deal with it.

O casamento é a instituição mais sagrada, não porque cogita-se a existência de um deus, mas porque se trata da união de dois seres não consanguíneos que devem sentir amor, empatia, amizade, cumplicidade, companheirismo, irmandade, familiaridade, poder, submissão, tesão, prazer, compreensão, devoção, adoração, cuidado, carinho, prezo, admiração, liberdade, segurança, alívio, esperança -entre outras tantas coisa- um pelo outro.

O casamento é a instituição mais sagrada pois preza pela continuidade, pela eterna busca de compreensão e parceria, se adaptando a toda e qualquer intempérie, numa busca constante pelo bem de cada um e da unidade dos dois, como suportes, pilares e alavancas, a fim de fazer com que a máquina continue trabalhando.

Um filho não é a consagração de um casamento. A consagração de um casamento é a qualidade do tempo passado junto. É conhecer um ao outro como a palma da mão. E ser feliz por isso.


Um casamento  não se define por tempo passado junto, mas por tempo celebrado junto.

O casamento deve envelhecer como o vinho.
O casamento deve aromatizar como o wiskey...
 e deve derreter, doce, belo e sexy como chocolate.


O casamento necessita de devoção, de entrega, escravidão voluntária.

O casamento deve ter humor, abertura, leveza.

Deve ter simplicidade, gratidão e refúgio.

Um porto seguro.

A personificação de uma miragem.

O sossego.

A paz.




Um CASAmento é, dentro de alguém, sentir-se completamente em casa.



quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Feliz ano novo!

Bom dia, bom dia a todos.

2014 começa brasileiramente numa quarta-feira, quarta de cinzas, happy hour do meio da semana, aquele dia em que praticamente todo mundo celebra, pois só falta quinta e sexta já é o findi.
Ano de copa, de matar aula, matar trabalho, matar qualquer coisa pra ver um jogo.


Um ano promissor, amigos. Um ano em que tudo há de dar certo, justamente pelo jeito como começa.
Porque convenhamos, todo fim de dezembro você corre olhar na agenda quais os feriados do ano que está chegando, sonhando com os bons momentos que ó os feriados prometem, sonhando com as festas e bebidas e baladas e possibilidades de conhecer alguém novo, que faça o ano novo valer, coisas que preencham, que dêem significância, sabor, coisas que dêem histórias pra contar....


Acredito em um no promissor justamente por ter iniciado na quarta, por ter copa, por ter carnaval, por ter feriados. Porque se fosse outro ano sem copa, com os feriados todos no sábado ou no domingo, sei que todo mundo começaria com aquela cara de segunda-feira emburrada, de mesa cheia de papéis para dar conta, o cesto inteiro de roupas pra lavar... uma carga de trabalho que ninguém sabe se daria conta se levasse numa boa, porque o ano começou sem oferecer diversões, sem oferecer um prêmio por cada semana/mês de bom comportamento. Somos cachorros treinados. A família, a escola e a soiedade nos treinam a ser premiados somente quando realizamos tarefas, embora nem sempre sejam tarefas que necessariamente precisem ser  feitas ou raramente tragam algum benefício ou mudança, mas precisamos realizar essas tarefas a fim de podermos ganhar nosso descanso, uma ida à praia, uma balada pra virar a noite.

Não... não vim aqui pra dizer o que você deve fazer nesse novo...
Eu não preciso. Você não precisa, você sabe o que fazer. Você sabe com qual atitute deve levar esse ano... 


A questão é se você vai ou não fazer isso de fato.


Um feliz 2014! 
É hora de morfar!